domingo, 27 de março de 2011

Genie "The Wild Child"

É o pseudónimo pelo qual ficou conhecida Susan M. Wiley. Genie foi mantida no seu próprio quarto, totalmente isolada do mundo exterior, durante dez anos. Após o seu regaste, foi objecto de estudo por uma equipa de médicos e psicólogos de uma das universidades da Califórnia. O documentário que os alunos puderam visionar acompanha a trajectória de Genie ao longo dos anos e questiona os métodos aplicados no seu tratamento e estudo.
O termo “criança selvagem” refere-se aos raros casos de crianças que foram criadas completamente, ou quase, isoladas da sociedade ou da civilização. O caso dela chocou e fascinou o mundo na década de 70. Quando a menina foi descoberta não sabia falar, andava como se fosse um coelho e comportava-se de maneira bizarra. O estudo de casos como o de Genie pretende dar uma resposta às perguntas: Como é um ser humano criado longe da influência da cultura e da sociedade? É possível que mesmo tendo passado muitos anos como “selvagem” ele/ela se possa tornar “civilizado”? O que nos torna humanos? O que realmente distingue os homens racionais dos animais irracionais?
Os factores do meio que conferem ao indivíduo características humanas são: a cultura; os padrões de cultura; a aculturação e a socialização. As crianças selvagens cresceram com contacto humano mínimo, ou mesmo nenhum; Podem ter sido criadas por animais (frequentemente lobos) ou, de alguma maneira, terem sobrevivido sozinhas; Normalmente são perdidas, roubadas ou abandonadas na infância e, depois, anos mais tarde, descobertas, capturadas e recolhidas entre os humanos; Constituem uma espécie de grau zero do desenvolvimento humano, ensinam-nos o que seríamos sem os outros e mostram de forma abrupta a fragilidade da nossa animalidade.
Em termos de linguagem as crianças selvagens só conhecem a mímica e os sons animais, especialmente os das suas famílias de acolhimento. A sua capacidade para aprender uma língua no seu regresso à sociedade humana é muito variada: algumas nunca aprendem a falar, outras aprendem algumas palavras, outras ainda aprenderam a falar correctamente o que provavelmente indicia que tinham aprendido a falar antes do isolamento.
Em termos de comportamento elas exibem o comportamento social das suas famílias adoptivas: não gostam, em geral, de usar roupa e alimentam-se, bebem e comem tal como um animal o faria. A maioria das crianças selvagens não gosta da companhia humana e percorrem longas distâncias para a evitar.
Algumas não mostram interesse algum noutras crianças da sua idade nem nos jogos que estas jogam.
As crianças selvagens não se riem ou choram, apesar de eventualmente poderem desenvolver alguma ligação afectiva. Manifestam pouco ou nenhum controlo emocional e, muitas vezes, têm ataques de raiva podendo então exibir uma força particular e um comportamento claramente selvagem. Algumas destas crianças têm ataques de ferocidade ocasionais, mordendo ou arranhando outros ou até eles mesmo.
O comportamento e os processos mentais humanos são gerados e influenciados por três grupos de factores:
  • Factores biológicos - como a predisposição genética e os processos de mutação que determinam o desenvolvimento corporal em geral e do sistema nervoso em particular, etc.;
  • Factores psicológicos - como preferências, expectativas e medos, reacções emocionais, processos cognitivos e interpretação das percepções, etc.;
  • Factores sócio-culturais - como a presença de outras pessoas, expectativas da sociedade e do meio cultural, influência do círculo familiar, de amigos, etc., modelos de papéis sociais, etc.
A nosso ver, o Homem é influenciado tanto pelo meio como pelos factores genéticos. Não há exclusividade, ambos interagem entre si para o complemento do ser humano.

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