segunda-feira, 30 de maio de 2011


Nos dias de hoje cada vez mais nos deparamos com o facto de que os jovens procuram tornar-se independentes o mais depressa possível, assim procuram assumir responsabilidades para consigo próprios e para com os outros. Isto faz com que seja muito difícil diferenciar os estádios através apenas das idades, pois varia muito de indivíduo para indivíduo o seu grau de desenvolvimento e este grau é baseado em diferentes factores.
De acordo com a psicologia a maturidade define o momento em que estamos aptos/maduros e o momento em que o nosso desenvolvimento está no auge e neste momento é assim esperado que consigamos ser independentes, apresentemos autonomia, sabedoria, fiabilidade, integridade e compaixão.
Existem também os chamados vulgarmente de relógios biológicos na qual nos baseamos para definir o que já deveria ter acontecido em determinada fase da nossa vida, por exemplo se uma senhora aos 45 anos ainda não tiver sido mãe, costuma dizer-se que o relógio biológico está a despertar pois se a senhora ainda quiser ser mãe não poderá esperar muito mais para o fazer.
Consideramos que os indivíduos que estão entre os 20 e os 30 anos são aqueles que se encontram no pico da vitalidade, força e resistência e isto é reconhecido na maior parte das culturas.
A família, o amor e a procura de parceiro são também um factor muito importante no desenvolvimento do indivíduo.
O desenvolvimento de uma escolha profissional é influenciado pela classe social, pelo sexo e pela raça. A escolha profissional depende muito da idade das pessoas, da sua classe social e da sua cultura. O padrão de carreira das mulheres varia muito mais que o dos homens.
É durante a meia-idade que chega uma crise, em que os indivíduos percebem que não se encaixam mais no mundo dos jovens e adolescentes mas que também não se encaixam no mundo dos reformados e idosos. As capacidades físicas diminuem e começam a aparecer os primeiros sinais de envelhecimento.
Actualmente distinguem-se três vertentes do envelhecimento, a biológica, a psicológica e a social. Muitas vezes as capacidades cognitivas levam a melhor e as pessoas acabam por perder aquilo que as caracteriza, a demência é um grande medo nos dias de hoje.

Maturidade? Quando?




A questão que se coloca é: Quando atingimos nós, seres humanos, a maturidade? Quando nos podemos considerar pessoas maduras?
Na verdade, não há uma hora nem dia definidos. A maturidade vai surgindo com as experiências que vivemos, com as situações pelas quais passamos e pelas oportunidades que temos. Nós crescemos com aquilo que aprendemos e com aquilo por que passamos. Como tal, as pessoas que, ao longo da sua vida, experienciaram momentos difíceis e complicados, e que poderão, até, terem-se visto obrigados a ‘crescerem mais cedo’, serão possivelmente aquelas que terão uma maior maturidade, visto as suas experiências de vida serem mais e mais ricas em termos de dificuldade. É com os erros e as dificuldades que os seres humanos mais aprendem e se desenvolvem. Naturalmente, todas as pessoas que nunca passaram por dificuldades, quer a nível económico, familiar ou de saúde, não serão tão maduras pois não tiveram que tomar decisões complicadas a estes níveis, não tiveram que trabalhar para sustentar a família ou deixar de estudar por falta de recursos financeiros. Às crianças a quem isto acontece, permanecem na memória todas estas dificuldades. Aprenderam desde cedo a lidar com elas, e, talvez, cedo demais. Por isso adquirem mais defesas para o futuro e começam a comportar-se como ‘adultos’ mais cedo do que seria esperado.
Assim, considera-se o ser humano maduro aquele que tem uma grande experiência de vida. A maturação, nesse sentido, pode ocorrer após ou durante uma crise psicológica, desencadeada, geralmente, por algum acontecimento importante na vida do indivíduo.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Kohlberg e a investigação sobre o desenvolvimento moral

“Uma mulher estava a morrer com um tipo especial de cancro. Havia um medicamento que, segundo pensavam os médicos, podia salvá-la. Era uma forma de rádio que um farmacêutico, na mesma cidade, descobriria recentemente. A manipulação do medicamento era cara, mas o farmacêutico cobrava mais dez vezes mais do que o preço do custo. Pagava €200 pelo rádio e cobrava €2000 por uma pequena dose de medicamento. O marido da senhora doente, Heinz, recorreu a toda a gente que conhecia para pedir o dinheiro emprestado, mas só reuniu €1000, que era apenas metade do custo. Disse ao farmacêutico que a sua mulher estava a morrer e pediu para o vender mais barato, ou se podia pagá-lo mais tarde. Mas o farmacêutico disse “Não, descobri o medicamento e vou fazer dinheiro com ele”. Então, Heinz fica desesperado e pensa em assaltar a loja do homem e roubar o medicamento para a sua mulher.”

i. Heinz devia roubar?
ii. Se Heinz não amasse a sua mulher, deveria roubar o medicamento para ela?
iii. E se a pessoa doente não fosse a sua mulher, mas uma pessoa estranha, Heinz ainda assim deveria roubar o medicamento?
iv. E se em vez de uma pessoa estranha, quem estivesse com cancro fosse um animal de estimação de que muito gostava?

“Heinz assaltou a loja. Roubou o medicamento e deu-o à mulher. No dia seguinte, a notícia do roubo vinha nos jornais. O senhor Brown, um polícia que conhecia Heinz, leu a notícia. Lembrou-se que tinha visto Heinz a sair a correr da loja e percebeu que fora Heinz quem roubara o medicamento. O senhor Brown perguntou a si mesmo se devia comunicar se era Heinz o ladrão.”

i. O polícia Brown deveria acusar o Heinz de roubo ou ir contra o seu código deontológico?

“O polícia Brown encontra Heinz e prende-o. Heinz é levado a tribunal e é organizado um júri. O trabalho do júri é descobrir se uma pessoa é culpada ou inocente. O júri considera Heinz culpado. Ao juiz compete determinar a sentença.”

i. Deve o juiz sentenciar ou deve suspender a sentença e libertar Heinz? Porquê?
ii. O que cada um de nós faria no lugar de Heinz? Escolheria a opção pela vida e roubava o medicamento ou escolheria a lei?
iii. E se estivesse no lugar de Brown? Escolheria a lei ou a amizade?
iv. E se fosse o juiz?

             Kohlberg baseando-se nestas questões e dilemas, criou uma teoria acerca do desenvolvimento moral. Segundo ele, este processa-se através de uma sequência invariante de três níveis de raciocínio moral, subdividindo-se cada nível em dois estádios. Kohlberg concluiu ainda que a idade influencia o nível de raciocínio moral dos indivíduos.


I - Nível Pré-Convencional – Infância

Estádio 1 – Moralidade Heterónoma
A Criança obedece às figuras de autoridade para evitar a punição, decidindo o que está certo ou errado com base nas suas consequências.

Estádio 2 – Individualismo, Propósito e Troca Instrumental
A Criança assume uma perspectiva concreta individualista. Separa os seus interessas dos interesses dos outros. Os conflitos de interesses resolvem-se dando a todos uma parte igual.

II – Nível Convencional – Adolescência

Estádio 3 – Expectativas e Relações Interpessoais Mútuas e Conformidade Interpessoal
O Adolescente mostra gratidão e apreço pelas autoridades e procura ser digno dessa confiança, reconhecendo a importância da reciprocidade e tratando bem os outros porque espera que os outros também o tratem bem.

Estádio 4 – Sistema Social e Consciência
Este estádio distingue os pontos de vista da sociedade dos pontos de vista dos grupos e dos indivíduos.

III – Nível Pós-Convencional

Estádio 5 – Contrato Social
A pessoa considera o ponto de vista legal e o ponto de vista dos outros e procura reconhecer o conflito entre eles, de forma a fazer escolhas que tragam o maior bem para o maior número.

Estádio 6 – Princípios Éticos Universais
A razão para fazer o que está certo é que a pessoa reconhece a validade dos princípios e procura cumpri-los.

quarta-feira, 18 de maio de 2011


Estádio Oral (Nascimento – 12, 18 meses)
  • ·         Zone erógena: boca;
  • ·         O bebé tem prazer em mamar e levar coisas á boca;
  • ·         A sexualidade é auto-erótica;
  • ·         O desmame é o primeiro conflito vivido.


Estádio anal (12, 18 meses – 2, 3 anos
  • ·         Zona erógena: região anal (prazer em expulsar as feses);
  • ·         Conflito entre a dor e o prazer (ambivalência);
  • ·         O bebé adquire o controlo das esfíncteres (músculo que retém as feses);
  • ·         A sexualidade é auto-erótica.

Estado fálico (3 – 5, 6 anos)
  • ·         Zona erógena: região genital;
  • ·         Curiosidade sexual que se releva através de comportamentos voyaristas (espreitar, observar as diferenças anatómicas);
  • ·         Complexo de édipo- atracção pelo progenitor do sexo oposto e agressividade para com o progenitor do mesmo sexo;
  • ·         Representa a primeira experiencia de amor;
  • ·         O aparelho psíquico está formado.

Estádio de latência (5, 6anos – 11, 12anos)
  • ·         Atenuação da actividade sexual;
  • ·         Amnésia infantil (reprimir no inconsciente as experiências vividas no estádio fálico);
  • ·         Reorientação da curiosidade da criança: tarefas escolares;
  • ·         Importância nas relações que estabelece entre os colegas e professores (alargamento do universo relacional da criança);
  • ·         Desenvolvimento de certos sentimentos (vergonha, pudor, …).


Estádio genital (Puberdade)
  • ·         Zona erógena: região genital;
  • ·         Activação da sexualidade;
  • ·         Reactivação do complexo de édipo;
  • ·         Imagens mais realistas (ex: o pai já não é o melhor do mundo);
  • ·         O prazer sexual envolve todo o corpo (todas as zonas erógenas);
  • ·         Último estádio do desenvolvimento da personalidade.

ID

  • Zona inconsciente, primativa e instintiva;
  • Constituído por pulsões, desejos e instintos;
  • Rege-se pelo princípio do prazer, realização e satisfação dos desejos e pulsões (cuja maioria é de cariz sexual);
  • Reservatório do líbido (energia das pulsões sexuais).


EGO

  • Zona inconsciente;
  • Rege-se pelo princípio da realidade e por princípios lógicos;
  • Decide quais os desejos e impulsos do Id é que podem ser realizados;
  • Gere o conflito entre o Id e o Superego;
  • Zona que corresponde á interiorização das normas e dos valores sociais e morais.

SUPEREGO

  • De natureza moral ou social;
  • Resulta do processo de socialização, da interiorização de modelos como os pais e professores.
  • Pressiona o ego para controlar o ID.

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Projecto de intervenção precoce

O projecto de intervenção precoce começou em murfreesboro, tennesse em 1962. O estudo incidiu-se sobre 90 crianças problemáticas com idades compreendidas os 3 e os 4 anos e tinha como objectivo medir as metas alcançadas por estas mesmas crianças.
As crianças foram inseridas ao acaso em grupos tratamento. Durante os meses de verão até iniciarem a 1ª classe as crianças frequentavam um centro de instrução durante metade do dia.
Foram feitas comparações entre escolas para equiparar as metas alcançadas quando os participantes atingiam a maioridade (18 anos)
Comparando as crianças que frequentavam estes grupos das que não tinham acesso a estes, as primeiras apresentavam menos necessidade de educação especial, menor numero de reprovações de ano devido a maus resultados e muito menos desistências da escola.
O estudo foi criado com o objectivo de influenciar as atitudes e as aptidões das crianças relativamente ás metas por elas alcançadas. O programa visou abranger, especialmente, as crianças na idade pré-escolar com dificuldades económicas com o propósito de marcar as crianças e também os seus pais. Os resultados obtidos na análise conduzida nos anos 60 mostrou que as crianças inseridas em grupos experimentais mostravam melhores resultados em testes de QI, tinham maior receptividade para aprender vocabulário, faziam melhor a descrição de palavras, e apresentavam a leitura precocemente. No entanto algumas destas descobertas caíram no esquecimento.

A população alvo deste programa eram as crianças entre os 4 e os 5 anos com dificuldades económicas. Durante o ano o programa envolvia visitas semanais, assim como durante o verão existia um programa com duração de 10 semanas em que as crianças em idade pré-escolar participavam durante parte do dia e isto durante 2/3 anos.
A população avaliada eram crianças afro-americanas provenientes de duas cidades do sul com baixas capacidades económicas. 61 crianças pertenciam a uma cidade e outras 27 faziam parte de outra cidade, sendo o grupo de comparação. Numa das cidades as crianças foram divididas em 3 grupos. O 1º grupo recebeu o projecto durante 3 anos e consistia em encontros semanais e em 3 verões (em 10 semanas as crianças em idade pré-escolar passavam lá metade do seu dia). O 2º grupo recebeu 2 anos de encontros semanais e também participou no programa pré-escolar, começando um ano depois do 1º grupo. O 3º grupo não recebeu tratamento de intervenção.
O grupo de comparação da 2ª cidade não recebeu qualquer tipo de intervenção e elaborou testes pré-verão e pós-verão. Foram avaliados no 4º, 5º e 7º verão. As crianças foram avaliadas utilizando vários testes, como o stanford-binet, o peabody picture vocabulary teste (PPVT) e o metropolitan achievement test.
Os resultados do estudo indicaram que com o passar dos anos as crianças do grupo experimental tinham melhores resultados que as crianças do grupo de controlo (e do grupo de comparação). O grupo de experimental ultrapassou o grupo de controlo no PPVT no entanto estes factos não foram avaliados e também não foram avaliados no 7º verão.
No metropolitan achievement test as crianças do grupo experimental foram melhores que as crianças do grupo de controlo, a nível de conhecimento das palavras, na discriminação das mesmas e a ler no final 1º ano mas no final do 7º ano as crianças apenas apresentavam diferenças a nível de conhecimento de palavras e na leitura.

Desenvolvimento Cognitivo

Piaget foi considerado o maior expoente do estudo do desenvolvimento cognitivo. A sua teoria permitiu que se percebesse que a adolescência da criança não era igual á do adulto, existindo entre elas uma mera diferença quantitativa. Segundo Piaget a inteligência precede o pensamento e esta vai-se desenvolvendo por etapas progressivas que exigem processos de adaptação ao meio. Assim sendo o desenvolvimento pressupõe a maturação do organismo, bem como a influencia do meio físico e social.
O desenvolvimento dá-se por quatro grandes períodos de desenvolvimento, o estádio sensório-motor, o estádio pré-operatório, o estádio das operações concretas e o estádio das operações formais. Para se chegar a um dado estádio é necessário ter passado por aquisições prévias. Cada período é caracterizado pelo que de melhor cada individuo consegue fazer nessa faixa etária e todos os indivíduos passam por estas fases ou períodos por uma sequência.
A divisão nas faixas etárias é apenas uma referência, pois o seu início e término depende das características biológicas do indivíduo e dos factores sociais e educacionais.
O desenvolvimento dá-se através do equilíbrio entre a assimilação e a acomodação, resultando em adaptação. O conhecimento é um processo dinâmico que resulta da acção entre o sujeito e o objecto e não é possível separá-los.
Sendo os factores influenciadores a hereditariedade, a experiência física e a transmissão social o grande factor determinante é a equilibração entre estes. A hereditariedade influencia o desenvolvimento no entanto não é considerada suficiente para explicá-lo.
Ao chegar ao mundo a criança encontra uma realidade social á qual tem de ajustar-se para poder tornar-se um elemento criativo da sociedade e este processo começa muito cedo e é através deste que a criança adquire as características que a vão distinguir enquanto ser humano de outros animais. A criança é um individuo dinâmico, curioso, criativo e activo no seu meio, sendo um ser puramente lúdico.


terça-feira, 12 de abril de 2011

Adolescência. E agora?


Todas as fases da vida de um ser humano são consideradas importantes. No entanto, há algumas que se distinguem, não só pela altura em que acontecem, como principalmente pelas mudanças que provocam nas nossas vidas. Uma delas é a Adolescência. Mas, afinal, que fase tão “conturbada” é esta que provoca tantas dores de cabeça não só aos adolescentes, como também aos próprios pais? A Adolescência pode então ser definida como o período de crescimento e desenvolvimento do ser humano que ocorre entre o início da puberdade e o alcance da maturidade, isto é, o período de transição entre a fase infantil e a fase adulta. Esta inicia-se por volta dos 11 anos e termina por volta dos 16 anos. Por norma, os rapazes iniciam dois anos mais tarde a puberdade que o sexo feminino. No sexo masculino, as alterações mais significativas são o aumento dos órgãos genitais, o aparecimento de pelos púbicos, na face e nas axilas, o engrossamento da voz e o aparecimento da acne, e a ocorrência da primeira ejaculação. Nas raparigas, as mamas crescem, os órgãos genitais desenvolvem-se, surgem pelos púbicos e nas axilas, dá-se o aparecimento da acne e também da primeira menstruação (menarca). Todas estas alterações contribuem para um sentimento de insegurança relativamente a si e para com os outros. Torna-se, pois, fulcral, o apoio e compreensão dos pais para com os jovens, de modo a que ultrapassem com naturalidade uma das fases mais importantes do seu crescimento como seres humanos.  

Alterações no sexo feminino


Alterações no sexo masculino




Desenvolvimento na infância e na adolescência


O ser humano, durante o seu desenvolvimento, passa por uma série de estádios nos quais se dão mudanças ao nível motor, nomeadamente na sua locomoção, e ao nível sensorial. No primeiro, as mudanças podem ser desde o erguer da cabeça e do pescoço, seguido do rebolar e do apoio nas pernas, passando por se sentar e andar com ajuda até ao fazê-lo sozinho. Neste tipo de desenvolvimento existem três regras básicas, sendo a primeira a progressão céfalo-caudal, ou seja, de cima para baixo, a progressão proximodistal, ou seja, do interior para o exterior, e a progressão de acção concentrada para específica. No segundo, temos o paladar, olfacto, audição e a visão.
Num dado momento do crescimento ocorre a puberdade em que se dão mudanças ao nível físico e psicológico. Nesta desenvolvem-se as gónadas, assim como uma preocupação associada, nas raparigas, à reacção à menarca e ao desenvolvimento dos seios e nos rapazes à produção de esperma e ao crescimento do pénis.

domingo, 27 de março de 2011

Genie "The Wild Child"

É o pseudónimo pelo qual ficou conhecida Susan M. Wiley. Genie foi mantida no seu próprio quarto, totalmente isolada do mundo exterior, durante dez anos. Após o seu regaste, foi objecto de estudo por uma equipa de médicos e psicólogos de uma das universidades da Califórnia. O documentário que os alunos puderam visionar acompanha a trajectória de Genie ao longo dos anos e questiona os métodos aplicados no seu tratamento e estudo.
O termo “criança selvagem” refere-se aos raros casos de crianças que foram criadas completamente, ou quase, isoladas da sociedade ou da civilização. O caso dela chocou e fascinou o mundo na década de 70. Quando a menina foi descoberta não sabia falar, andava como se fosse um coelho e comportava-se de maneira bizarra. O estudo de casos como o de Genie pretende dar uma resposta às perguntas: Como é um ser humano criado longe da influência da cultura e da sociedade? É possível que mesmo tendo passado muitos anos como “selvagem” ele/ela se possa tornar “civilizado”? O que nos torna humanos? O que realmente distingue os homens racionais dos animais irracionais?
Os factores do meio que conferem ao indivíduo características humanas são: a cultura; os padrões de cultura; a aculturação e a socialização. As crianças selvagens cresceram com contacto humano mínimo, ou mesmo nenhum; Podem ter sido criadas por animais (frequentemente lobos) ou, de alguma maneira, terem sobrevivido sozinhas; Normalmente são perdidas, roubadas ou abandonadas na infância e, depois, anos mais tarde, descobertas, capturadas e recolhidas entre os humanos; Constituem uma espécie de grau zero do desenvolvimento humano, ensinam-nos o que seríamos sem os outros e mostram de forma abrupta a fragilidade da nossa animalidade.
Em termos de linguagem as crianças selvagens só conhecem a mímica e os sons animais, especialmente os das suas famílias de acolhimento. A sua capacidade para aprender uma língua no seu regresso à sociedade humana é muito variada: algumas nunca aprendem a falar, outras aprendem algumas palavras, outras ainda aprenderam a falar correctamente o que provavelmente indicia que tinham aprendido a falar antes do isolamento.
Em termos de comportamento elas exibem o comportamento social das suas famílias adoptivas: não gostam, em geral, de usar roupa e alimentam-se, bebem e comem tal como um animal o faria. A maioria das crianças selvagens não gosta da companhia humana e percorrem longas distâncias para a evitar.
Algumas não mostram interesse algum noutras crianças da sua idade nem nos jogos que estas jogam.
As crianças selvagens não se riem ou choram, apesar de eventualmente poderem desenvolver alguma ligação afectiva. Manifestam pouco ou nenhum controlo emocional e, muitas vezes, têm ataques de raiva podendo então exibir uma força particular e um comportamento claramente selvagem. Algumas destas crianças têm ataques de ferocidade ocasionais, mordendo ou arranhando outros ou até eles mesmo.
O comportamento e os processos mentais humanos são gerados e influenciados por três grupos de factores:
  • Factores biológicos - como a predisposição genética e os processos de mutação que determinam o desenvolvimento corporal em geral e do sistema nervoso em particular, etc.;
  • Factores psicológicos - como preferências, expectativas e medos, reacções emocionais, processos cognitivos e interpretação das percepções, etc.;
  • Factores sócio-culturais - como a presença de outras pessoas, expectativas da sociedade e do meio cultural, influência do círculo familiar, de amigos, etc., modelos de papéis sociais, etc.
A nosso ver, o Homem é influenciado tanto pelo meio como pelos factores genéticos. Não há exclusividade, ambos interagem entre si para o complemento do ser humano.

O conhecimento do senso comum, o conhecimento científico e a psicologia


Na nossa sociedade é muito frequente recorrer ao senso comum e ao conhecimento popular para responder a questões que possam surgir, este conhecimento provém muitas vezes dos chamados provérbios populares.
O senso comum é variável, ou seja, é diferente de sociedade para sociedade, ou mesmo dentro da mesma sociedade poderá ser diferente de grupo social para grupo social. O senso comum ajuda-nos a viver em sociedade na medida em que estabelece a forma como nos devemos comportar em sociedade e sendo o homem um ser social necessita de saber viver em sociedade, é um saber informal que se adquire de forma natural e através do contacto com os outros, com as situações e com os objectos que nos rodeiam. No entanto o senso comum não é suficiente pois por vezes leva-nos a ilusões e cria realidades falsas pois é baseado em aparências. 
Como pudemos ver em alguns exemplos demonstrados nas aulas o senso comum muitos vezes leva-nos a acreditar em algo que não é verdade e que se for analisado poderá ser facilmente refutado. Por exemplo será que o provérbio “Os opostos atraem-se” é mesmo verdade? Normalmente tendemos a reparar, nas pessoas que amamos, nas características denominadas “opostas”, mas se realmente formos a analisar bem este aspecto não é muito normal que por exemplo uma estudante universitária, alta, magra, com pele clara, motivada, religiosa, inteligente, sociável e liberal se sinta inevitavelmente atraída por um jovem que abandonou precocemente a escola, baixo, gordo, de pele escura, apático, ateu, não inteligente, introvertido e conservador. Este caso sim poderá ser considerado um oposto, e embora um pouco de variabilidade possa ser interessante geralmente os opostos são rejeitados e procuramos pessoas mais parecidas connosco.
O conhecimento cientifico contrariamente ao senso comum é um método formal através do qual se pretende alcançar o conhecimento racional que é baseado numa investigação metódica de leis e fenómenos e tem como objectivo produzir saber e conhecimento. O conhecimento cientifico ao contrario do senso comum não é baseado nos sentidos (que nos atraiçoam), mas sim baseado em métodos experimentais e na comprovação daquilo que os sentidos nos mostram. Podemos assim considerar a ciência um método de pesquisa baseado na faculdade racional do ser humano e na comprovação experimental do investigado. No nosso dia a dia por vezes utilizamos uma psicologia do senso comum para tentarmos explicar os nossos comportamentos e os comportamentos daqueles que nos rodeiam mas actualmente os psicólogos confiam no método cientifico para obterem informações acerca do comportamento e dos processos metais, assim podemos concluir que existem muitos fenómenos importantes que ainda não são compreendidos e as pessoas não devem esperar uma abordagem única do objecto da psicologia ou respostas para todos os seus problemas.

Freud e a Psicanálise


Movido pelo interesse na descoberta de um tratamento para pessoas com problemas neuróticos e histéricos, Freud escutava os seus pacientes. Ao ouvi-los, Freud acreditava que os problemas de cada indivíduo estavam relacionados com a inaceitação cultural, ou seja, os desejos eram reprimidos e como que “enviados” para o inconsciente. Eram muitas as vezes em que verificava que muitos dos desejos reprimidos dos pacientes se tratavam de fantasias de natureza sexual. Foi então que, após estudos e investigações, surgiu a Psicanálise. Esta consistia em que o analisado fosse levado a dizer tudo o que lhe viesse à cabeça (associação livre). Era aqui que surgiam as angústias, os sonhos, as aspirações, as motivações, as experiências de vida. Era assim que Freud conseguiria alcançar o inconsciente. Deste modo, Freud acreditava conseguir aceder ao inconsciente dos seus pacientes, numa altura em que eles se encontravam relaxados, num ambiente “seguro” e onde lhes era proposto dizer tudo o que pairasse nas suas mentes. A Psicanálise é então um procedimento baseado na investigação de processos mentais, que são inacessíveis por qualquer outro método de investigação. Esta abrange 3 áreas:
  • ·         Um método de investigação da mente e o seu funcionamento
  • ·         Um sistema teórico sobre a vivência e o comportamento humanos
  • ·         Um método de tratamento psicoterapêutico
O contributo de Freud com a Psicanálise foi inegável. O choque moral provocado pelas suas descobertas fez com que a sociedade repensasse muitos dos tabus e preconceitos existentes relativos à sexualidade, e mostrou a importância do papel do inconsciente dinâmico.

“A psicologia possui um longo passado, mas uma curta história.”



A humanidade desde sempre colocou inúmeras questões acerca do mundo que a rodeia, procurando respostas que lhe atenuassem a angústia e a inquietação não sendo, contudo, a natureza o único objecto destas interrogações. Reflectiu também sobre si mesmo e também sobre a vida humana, sobre as suas emoções, inquietações, sentimentos, o porquê da existência , do nascimento e da morte.
A psicologia deu os seus primeiros passos na antiguidade clássica, mais precisamente na Grécia antiga. A psicologia inicialmente manifestou-se através da filosofia, ou seja a psicologia é um dos ramos da filosofia e assim sendo é proveniente desta.
A psicologia é a ciência que estuda o comportamento e os processos mentais tendo este termo surgido no final do século XVI, introduzido por Rudolph Goclenius e o primeiro laboratório desta foi criado por Wilhelm Wunt em 1879, na Alemanha. 
Somos quatro alunas do primeiro ano do curso de Ciencias do Desporto no qual, na disciplina de Psicologia do Desenvolvimento, leccionada na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, nos foi proposta a criação de um blog com o intuito de informar a comunidade acerca desta mesma disciplina e dos assuntos nela abordados.
Os nossos nomes sao Mariana Lamela, Rita Silva, Sofia Fontes e Tania Vilas Boas.